Tutóia: “Tô vendo tudo, mas bico calado faz de conta que sou mudo”


Faz alguns dias e fuçando a net em busca de letras de músicas pra dinamizar minhas aulas de Geografia. Ironicamente, não trabalho na escola pública de Tutoia. Encontrei a música: O meu País de Flávio José, Nordestino Lutador (título do seu CD). Ouvi, refleti, comparei...
E nessas comparações me pareceu, o autor, dizer da minha cidade. Você, leitor, poderia dizer: _ Sim, aqui também é Brasil! Mas parece que a música foi composta baseada na realidade de minha Tutóia. Aí, digo as palavras do cantor pode ser sua cidade, mas com certeza não é a cidade que eu quero criar meus filhos, viver e dizer que vivo feliz. Assim, tomei a liberdade de, com trechos da canção, repudiar alguns fatos de nossa realidade atual.
Uma cidade onde a “escola não ensina”, não ensina, porque está sem rumo, não temos gestão que oriente corretamente.
Uma cidade onde os “homens confiáveis não tem voz, não tem vez... mas, corruptos tem voz, vez e respaldo” de muitos que não sabem qual o bem pra nossa gente.
Uma cidade que não “pode esconder a cicatriz de um povo de bem que vive mal”.
Uma cidade onde só se tem água da chuva e de poços comprometidos, mas milhões estão descritos em placas de melhoria de abastecimento.
Uma cidade onde nem mesmo o futebol tem vez nesses dias infelizes que se sabe alegra o povo.
Uma cidade onde se morre de “mau jeito” por “atraso geral da medicina”.
Uma cidade que dizima o seu riacho descoberto, que no leito a areia, de bloquetes, se explora.
Uma cidade onde as “Leis são descartáveis”, pois algumas causas recebem o julgamento que a mim, mesmo sem conhecimento profundo jurídico, não parece acertado.
Uma cidade onde a “grileiros” de fora se entregam terrenos que poderiam dar lugar a escolas.
Uma cidade onde se perdeu o valor moral e aprendeu a falar pedofilês “aderindo à total vulgaridade”.
Uma cidade com “uma elite sem Deus domina”. Pode ser a cidade de quem quiser, mas sem dúvida não é aminha cidade.
Zé Geraldo também diz: “Tudo isso acontecendo, pois, os comandantes loucos ficam por aí queimando pestanas, organizando batalhas”. E o povo sofrendo com os escombros.
Daqui há alguns meses haverá eleição e como muitos dizem: _ Muitos que se intitulam salvadores da pátria vão lhe confundir a cabeça. Então, acho que chegou a hora de amadurecermos e, não digo saber escolher, mas somar a sua força pra mudar.
E, se me permitem fazer mais uma citação, o Sociólogo Montesquieu do período iluminista, divulgou a ideia de dividir o poder em poderes: legislativo, executivo e judiciário, estes deveriam ser independentes em suas decisões pro bem social, e, únicos nessa mesma finalidade, hoje, no entanto, acabam por conivência, protegendo um ao outro pra encobrir suas falcatruas. E aí Montesquieu afirmou “só o poder limita o poder”. O que me faz pensar e afirmar que pra mudar é preciso o povo ser poder algum dia. Será que política é mesmo somente pra corruptos????

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  1. Faz alguns dias e fuçando a net em busca de letras de músicas pra dinamizar minhas aulas de Geografia. Ironicamente, não trabalho na escola pública de Tutoia. Encontrei a música: O meu País de Flávio José, Nordestino Lutador (título do seu CD). Ouvi, refleti, comparei...

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