Sindicato faz Manifesto e protocola junto a SEMED e Câmara de Vereadores de Tutóia. Luta por uma educação de qualidade e respeito de direitos. É o Sindicato forte na luta do direito dos seus sócios.
MANIFESTO
O SINDICATO INTERMUNICIPAL DOS SERVIDORES
PÚBLICOS DE TUTÓIA, SANTANA DO MARANHÃO E PAULINO NEVES-ESTADO DO MARANHÃO,
entidade sindical representativa dos servidores públicos de Tutóia-MA, entidade
regularmente constituída, com endereço na Rua Celso Fonseca, s/n, Centro,
Tutóia-Ma, representado por seu Presidente Elivaldo Ramos Lima, professor da
rede pública, CPF 854690923-72, RG 000095625298-2, Portaria nº 315/2006, residente
a Rua Santo Antonio, Bairro Comum, Tutóia-Ma, após considerações, vem à
presença de Vossas Excelências, os Srs. Vereadores, manifestar anseios da
categoria no que diz respeito ao que se segue:
O QUE REIVINDICAMOS:
·
Estatuto do Educador Negociado e Consensuado,
incluindo professores, especialistas e funcionários de escola (o projeto de lei
está sob análise da Secretaria de Educação de Tutóia);
·
Eleição direta para diretor de escola (já há
uma Lei Municipal que regulamenta);
·
Correção do Piso Salarial aplicado
linearmente na Nova Tabela Salarial;
·
Cumprimento integral da jornada extraclasse
de 1/3;
·
Realização de concurso público amplo com
vagas suficientes para contemplar a necessidade de professores, especialistas e
funcionários de escola;
·
Equiparação salarial entre efetivos e
contratados;
·
Melhores condições de trabalho.
Justificativa
Seguindo a agenda mundial, a CNTE - Confederação
dos Trabalhadores em Educação - e seus sindicatos filiados debaterão com a
categoria e a sociedade brasileira, entre os dias 22 e 26 de abril, a
importância da valorização dos/as trabalhadores/as em educação para a
realização do direito à educação com qualidade e equidade.
Nós do Sindicato optamos por não paralisar apenas
em respeito aos nossos alunos, que tiveram atrasos nas aulas no município de
Tutóia, por culpa da demora no recadastramento e lotação na Secretaria
Municipal de Educação. Entretanto, o Sindicato cientiza que há pensamentos de
paralisação em breve se nossos direitos continuarem a serem desrespeitados.
Em conformidade e até transcrevendo o
requerido pela CNTE queremos chamar a atenção dos senhores: vereadores,
prefeito, secretária para a importância de se cumprir integralmente a Lei do
Piso do Magistério e de se valorizar todos/as os/as trabalhadores/as em
educação com salário digno, carreira atraente, jornada compatível com as
demandas profissionais e condições adequadas de trabalho. Pois, muito se fala
sobre os problemas na aprendizagem dos estudantes, mas pouco se tem feito para
garantir a formação inicial e continuada de qualidade dos profissionais da
educação (professores, especialistas e funcionários) e, sobretudo, para
assegurar plenas condições de trabalho e qualidade de vida aos/às
educadores/as.
Segundo dados da CNTE, no Brasil, estima-se a
falta de mais de 300 mil professores nas redes públicas estaduais e municipais,
sem contar os milhares de profissionais que lecionam, sem habilitação, em áreas
de conhecimento distintas de sua formação. Entre os funcionários da educação,
menos de 10% possuem diploma profissional. Tutóia, não foge a essa regra, temos
os mesmos problemas e em escalas elevadas.
Por outro lado, a juventude não se sente
atraída pela profissão, que perdeu status social e foi duramente desvalorizada
ao longo de décadas. Os profissionais que se mantêm nas escolas sofrem com
doenças do trabalho – como burnout (um distúrbio psíquico e de caráter
depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso), alergias,
varizes e calos vocais – e estão cada vez mais expostos à violência e às inúmeras
e injustas cobranças, que desprezam suas condições de trabalho.
Hoje, 86% das matrículas escolares no Brasil
concentram-se na escola pública, e sem que esta instituição seja devidamente
valorizada, dificilmente atingiremos melhores índices de distribuição de renda,
de emprego de qualidade e justiça social. Reiteramos, Tutóia carece repensar a
maneira como tem tratado seus professores/as.
Neste sentido, dirigimo-nos aos nobres parlamentares, prefeito e secretária informando
da necessidade de garantirmos, com urgência, o que reivindicamos. E
reconhecemos essa luta como sendo de toda sociedade, e não apenas dos/as
trabalhadores/as em educação.
É importante
realçar que o piso do magistério não trata só de salário. Apesar de esse ser um
elemento fundamental, é preciso também levar em conta a jornada e as condições
de trabalho dos/as professores/as e demais trabalhadores/as da educação. Nesse
sentido, a Lei 11.738 determina que pelo menos um terço da jornada de trabalho
do/a professor/a seja destinada a atividades extraclasses, tais como
preparação de aulas, correção de trabalhos e provas, reuniões pedagógicas e com
familiares, formação continuada e outras.
Queremos ainda acrescer e destacar que
Estados mais pobres que o Maranhão chegam a pagar mais, como exemplo, Alagoas (o estado menos desenvolvido do Brasil) paga R$ 2. 172,10 para professor com
Licenciatura. Em Tutóia, paga-se R$ 1.596,10, há uma disparidade
muito grande. E é bom que se esclareça, o Estado do Alagoas nem cumpre a Lei do
Piso.
O Estado de Roraima é outro exemplo paga
R$ 2.762,46 por 25H semanais cumprindo a jornada extraclasse e aplicando a
proporcionalidade ao valor (ver tabela em anexo). Por que Tutóia não pode pagar
se o governo Federal envia religiosamente os recursos todos os meses?
Para ilustrar ainda mais a
situação, leia-se o abaixo:
Em São Paulo, um professor das séries
iniciais do ensino fundamental ganha R$ 1.803,92 como vencimento básico, valor
acima do piso, mas que segundo os professores ainda é muito baixo.
No Recife, os professores com licenciatura
passam a receber R$ 1.742,64 por mês, com 29 horas/aulas semanais. Mais da
metade dos 4.774 professores do ensino fundamental I (do 1º ao 5º ano) tem
especialização, com salário de R$ 1.920,83.
E a estes salários ainda são acrescidos
regência e ajuda de custo para deslocamentos a zonas rurais.
Muitos munícipios
já pagaram o reajuste de 7,97% ainda no mês de Fevereiro. Tutóia, anunciou pra
Maio.
O Parecer
CNE/CEB nº 8/10, que trata do Custo Aluno Qualidade, indica que a remuneração
dos/as trabalhadores/ as em educação (professores, especialistas e
funcionários) deve ser equivalente a cerca de 80% dos recursos vinculados à
educação. Ou seja: não há escola pública de qualidade sem a priorização de seus
profissionais. E a melhor forma de se valorizar os/as educadores/as é por meio
de Planos de Carreira que incentivem a qualificação do trabalho, a dedicação
exclusiva em uma só escola ou rede de ensino e que assegure aposentadoria
digna.
No município de Tutóia se tem feito o
contrário, professores com duas nomeações são lotados em escolas distantes uma
da outra não garantido a condição mínima do profissional realizar seu trabalho
e garantir a qualidade do ensino. Por isso, reivindicamos que professores com
duas nomeações sejam lotados em uma mesma escola.
Tutóia,Ma,24 de Abril de 2013
Elivaldo Ramos Lima
Presidente
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