Durante uma semana líderes internacionais, entre eles nove chefes de Estado, 80 ministros e 100 delegados de 168 países estiveram reunidos em Daegu, na Coreia do Sul, no 7º Fórum Mundial da Água, que teve como tema “Água para o Nosso Futuro”.
O principal resultado destes vários dias de debates e diálogos é o consenso que investimento em água precisa ser prioridade na agenda política mundial das próximas décadas. Para que este desejo se torne realidade – na prática -, os participantes do encontro assumiram compromisso formal de criar um plano estratégico de gestão hídrica nos próximos três anos.
Este plano, que deverá guiar ações dos países, cobrirá áreas de infraestrutura financeira, segurança alimentar, desenvolvimento sustentável e governança, além de todos aspectos ligados à gestão da água.
Uma plataforma online irá garantir que haja transparência na implementação das ações do plano estratégico. O World Water Council*, organização internacional e independente, e os governos da Coreia do Sul (sede do atual fórum) e do Brasil (onde será realizado o próximo encontro em 2018)  ficarão responsáveis por assegurar que os países que concordaram com o pacto façam a implementação das medidas determinadas.
Alguns compromissos de cooperação bilateral também foram acertados no 7º Fórum Mundial da Água. Eles serão muito importantes para fortalecer o papel da gestão da água internacionalmente. É o caso, por exemplo, do acordo entre Estados Unidos e México sobre o uso da água do Rio Colorado, que fica na fronteira entre os dois países.
Japão, Coreia do Sul e China também concordaram em priorizar o desenvolvimento sustentável no setor hídrico e torná-lo mais atrativo para investidores.

Tomadores de decisão reunidos em Daegu afirmaram ainda que setembro será um mês decisivo para
segurança hídrica do planeta. Segundo eles, água tem de estar entre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, que serão definidos pelas Nações Unidas como estratégicos para a próxima década. “Temos de levar adiante uma agenda de ação que irá enviar um sinal claro ao mundo: já sabemos o que precisa ser feito e estamos começando este trabalho”, destacou o brasileiro Benedito Braga, presidente do World Water Council.

Foto: pixabay/domínio público
Uma parceria entre membros do MIT e de uma empresa indiana chamada Jain Irrigation Systems criou um método para transformar água salgada em potável. Por conta da invenção, eles foram os vencedores de um desafio da USAID, um órgão do governo americano que lida com populações que passam necessidades.
O objetivo do desafio era criar um sistema simples e barato para fornecer água limpa para comunidades rurais em países em desenvolvimento. Pela vitória, eles receberam um prêmio de 125 mil dólares.
O sistema usa uma técnica chamada eletrodiálise. Em uma explicação simples, o sal é dissolvido na água e se transforma em partículas com cargas elétricas positivas e negativas. Para remover essas partículas, o sistema usa membranas elétricas que atraem as cargas como se fossem imãs.
“Funciona como um circuito elétrico. Os íons são puxados para fora da água em direção aos eletrodos”, disse Natasha Wright, doutoranda no MIT e uma das criadoras do sistema, ao jornal Boston Globe. Ela ainda ressalta que apenas 5% da água é perdida nesse processo.
dessalinização é feita usando baterias, similares às de carros e caminhões. Elas são carregadas durante o dia utilizando painéis que captam energia solar, o que dá um caráter ecológico à invenção.
Uma unidade do sistema é capaz de abastecer água para irrigar uma pequena fazenda ou então para atender às necessidades de uma população de cinco mil pessoas.
Apesar do foco em países em desenvolvimento, a invenção pode ser importante também para grandes áreas metropolitanas.
Problemas graves com escassez de água assombram o estado de São Paulo desde o ano passado. O estado da Califórnia, nos Estados Unidos, também vem enfrentando uma crise hídrica histórica.

Foto: Pixabay

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