Ministério Público diz que mulher de Cabral recebeu
R$ 1 milhão de Eike em contrato falso. Propina foi paga pela EBX ao escritório
de Adriana Ancelmo.
Por Gabriel Barreira, G1 Rio
Eike
Batista foi preso na Operação Eficiência e Sérgio Cabral na Operação Calicute
(Foto: G1 Rio)
O
Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro denunciou o ex-governador do
Rio Sérgio Cabral e o empresário Eike Batista nesta sexta (10) e pediu pena
superior a 40 anos para ambos. Segundo os procuradores, a pena de Eike Batista
pode chegar a 44 anos e a de Cabral a 50, caso eles sejam condenados em todos
crimes que respondem. Além deles, outras sete pessoas foram denunciadas nesta
sexta.
Eike
responde a dois crimes de corrupção ativa e um de lavagem de dinheiro. Já
Cabral responde por dois atos de corrupção passiva, dois de lavagem de
dinheiro, além de um de evasão de divisas e outro de organização criminosa. A
legislação brasileira porém limita o cumprimento de pena a 30 anos.
Cabral,
a mulher Adriana Ancelmo, Wilson Carlos e Carlos Miranda foram denunciados por
corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Eike Batista e Flávio Godinho, por
corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Luiz Arthur Andrade Correia, Renato
Chebar e Marcelo Chebar, por lavagem de dinheiro. Cabral e os irmãos Chebar
também foram denunciados por evasão de divisas , por manterem recursos não
declarados no exterior.
Mulher de Cabral recebeu R$ 1
milhão em propina
A denúncia do MPF é decorrente das operações Eficiência e Calicute e apontam que Adriana Ancelmo, ex-primeira-dama do Rio e mulher de Sergio Cabral, recebeu R$ 1 milhão através de seu escritório de advocacia em forma de propina. O pagamento foi feito pela EBX, uma das firmas do conglomerado do empresário.
A denúncia do MPF é decorrente das operações Eficiência e Calicute e apontam que Adriana Ancelmo, ex-primeira-dama do Rio e mulher de Sergio Cabral, recebeu R$ 1 milhão através de seu escritório de advocacia em forma de propina. O pagamento foi feito pela EBX, uma das firmas do conglomerado do empresário.
De
acordo com os procuradores, ainda não é possível afirmar para que obras estes
valores foram pagos. "Não estamos vinculando o pagamento de propina a um
empreendimento específico. Havia uma série de interesses do empresário no
Estado, então esse pagamento de propina era para comprar apoio e atos
decisórios do governo que poderiam beneficiar interesses da EBX", diz o
procurador Rafael Barreto.
O
pagamento foi feito através de transferência bancária e, segundo os
investigadores, advogados que trabalhavam no escritório há anos disseram que
jamais haviam prestado serviço para a empresa. Em operação de busca e apreensão
também não foram encontrados documentos relativos à empresa de Eike, segundo o
Ministério Público Federal do Rio.
Eike
Batista já foi levado duas vezes a prestar depoimento à Polícia Federal, mas
segundo seu advogado, Fernando Martins, ele se manteve calado, reservando-se o
direito de falar apenas em juízo. Ainda segundo Martins, o empresário disse
apenas que desconhecia o repasse de US$ 16,5 milhões ao ex-governador Cabral.
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